Independentista John Swinney eleito primeiro-ministro da Escócia

por RTP
Robert Perry - EPA

Um dia depois de ter sido nomeado líder do Partido Nacional Escocês (SNP), John Swinney foi, esta terça-feira, eleito primeiro-ministro da Escócia. O independentista sucede a Humza Yousaf, que apresentou a sua demissão na semana passada.

John Swinney, um veterano que liderou o Partido Nacional Escocês (SNP) entre 2000 e 2004, foi esta terça-feira eleito primeiro-ministro da Escócia com 64 votos dos 129 no Parlamento de Holyrood, em Edimburgo.

Na segunda-feira, John Swinney, de 60 anos, foi nomeado líder do SNP, sucedendo assim a Humza Yousaf, que renunciou ao cargo a semana passada após anunciar a rutura da sua coligação governamental com o partido ecologista Os Verdes.

Os Verdes sentiram-se ofendidos e avançaram para o apoio de uma moção de censura. Antes da votação da moção ocorrer, o primeiro-ministro apresentou a sua demissão.

O presidente da assembleia, Alison Johnstone, vai agora recomendar ao Rei Carlos III que John Swinney seja indigitado chefe de Governo da Escócia.
Terceiro primeiro-ministro em 14 meses
Swinney é o terceiro primeiro-ministro da Escócia em pouco mais de um ano e o seu futuro à frente do SNP promete ser difícil.

O partido tem estado em turbulência desde que a primeira-ministra Nicola Sturgeon se demitiu abruptamente no ano passado durante uma investigação financeira que resultou em acusações criminais contra o seu marido, Peter Murrell, que era o diretor executivo do partido.
Na altura, Swinney atuava como vice-primeiro-ministro, mas demitiu-se quando Sturgeon deixou o cargo.

Swinney, militante do partido desde os 15 anos, tem como desafio estabilizar o SNP e resistir às tentativas da oposição para desgastar o principal partido escocês na aproximação às eleições legislativas no Reino Unido, previstas para o final deste ano. Prevê-se também como grande desafios do novo líder o limitar da ascensão do Partido Trabalhista na Escócia, neste período que antecede as eleições legislativas.

O novo primeiro-ministro escocês já prometeu trabalhar pela "unidade" e governar num espírito de "compromisso", reiterando a luta pela independência.

Swinney adiantou ainda que pretende concentrar-se na "economia, no emprego, no custo de vida", bem como no sistema de saúde, na educação e na crise climática. Reiterou a ambição de ver a Escócia tornar-se independente e comprometeu-se a "convencer as pessoas" com "respeito e cortesia".

A batalha pela independência está atualmente num impasse depois de o Supremo Tribunal do Reino Unido ter decidido, no final de 2022, que só o Governo britânico poderia autorizar um novo referendo. Na votação de 2014, o "não" à independência venceu com 55%.

O Parlamento escocês é responsável por muitos domínios, incluindo a saúde e a educação, enquanto os assuntos externos e a defesa são da responsabilidade de Londres.

c/agências
pub